Lomadee

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Santa Luzia do Pará mergulhada nas trevas

     Calma! Embora o título do texto pareça sugestivo e paradoxal não estamos falando apenas de uma metáfora, mas de uma realidade que afeta o dia-a-dia dos cidadãos que moram em Santa Luzia e têm suas vidas marcadas pelo perigo que se esconde por trás de ruas escuras, mal iluminadas e perigosas.

     Somos filhos da padroeira e como tal, também guiados pela sua luz onde encontramos a proteção milagrosa. A realidade, porém, têm sido diferente e injusta para a maioria das pessoas que vivem no escuro, no apagão da negligência e da insensibilidade das autoridades que deveriam zelar pelo bem estar dos habitantes, homens e mulheres que vivem nas trevas, na mais completa escuridão, literalmente.

     É nas trevas que o mal ganha força. É na ausência da luz [iluminação pública] que as famílias luzienses ficam expostas ao perigo que pode variar de pequenos furtos, tráfico de drogas, estupros e até assasinatos. Porque expor nosso povo a tamanha barbaridade? Quantas maldades ainda precisarão acontecer para que as autoridades - digo prefeitura - tomem as devidas providências?

     Somente o aparato policial não consegue enfrentar com eficiência a bandidagem que se camufla e se beneficia da escuridão que reina em nossa cidade, tanto nas áreas centrais quanto, e principalmente, nas periferias habitadas por humildes e valorosos cidadãos. Sejam eles pobres ou ricos, não estão pedindo favores ou tão pouco privilégios, querem apenas exercer plenamente seus direitos por que pagam religiosamente seus impostos e elevadas taxas de iluminação pública sobrecarregando perversamente o orçamento doméstico de pais e mães de famílias, que na maioria das vezes têm apenas os programas sociais do Governo Federal como única fonte de renda.

     O que é feito com o dinheiro arrecadado com a cobrança a taxa de iluminação pública? Por que esse dinheiro não está sendo investido para iluminar nossa cidade? As reclamações são diárias: está faltando iluminação em nossas ruas, as lâmpadas precisam ser recolocadas, não existe manutenção na rede da iluminação pública administrada pela prefeitura.

     As reivindicações, quando justas e necessárias, independentemente de nossas opções político-partidárias, não podem ser ignoradas só por que partiu de grupo A, B ou C, sob pena de que a falta de atitude ou omissão prejudique a maioria.

     É dever de quem está no poder cuidar do bem–estar da população, pois foi eleito para isso. É dever dos vereadores, independente de grupos políticos, buscarem o entendimento com o prefeito e na ausência disso pressioná-lo no sentido de resolver os graves problemas que afetam a população luziense.

     Quando a irresponsabilidade, a omissão, a falta de iniciativa e vontade política dão a tônica dos fatos, cada um lava suas mãos e a cidade vira um caos, uma bagunça, uma anarquia geral, terreno fértil onde o crime organizado se instala, abrindo “as bocas de fumo” que viciam e armam nossos jovens para a práticas criminosas [assaltos, roubos, mortes, estupros...] que, infelizmente, tornaram-se corriqueiras em nosso município.

     Que a nossa padroeira Santa Luzia ilumine os insensíveis dirigentes municipais para que tenham responsabilidades e assumam a tarefa que lhes foi conferida pelo voto.

 

Jorge Daniel
[Professor, geógrafo e especialista em Gestão Ambiental]


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